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LIVROS

Cada projeto lançado aqui conta uma história singular, tem cor, voz e ritmo muito próprios, em consonância com o que experimenta e diz o sul da região sul do país, nessa faixa de areia fina entre Oceano Atlântico e Laguna dos Patos. É raro. Conhece, compra, lê e compartilha os livros da Concha Editora. Vem fazer parte da comunidade literária que gostamos de chamar de Concharia.

CATÁLOGO

O céu riscado na pele

012
R$55,00
Em estoque
1
Detalhes do produto

Título: O céu riscado na pele

Autora: Andréia Pires

Gênero: Romance

Número de páginas: 245

Formato: 14x21cm


Sobre o livro, por Marcela Wanglon Richter

Mar, palavra e resistência fundam o projeto literário de uma artista sensível e consciente de sua tarefa. Escritora nascida na cidade do mar, Andréia Pires encontrou no manejo das águas e das metáforas a unidade poética de seu trabalho. Nasce daí a imensa força dramática e simbólica da obra O céu riscado na pele (2021). A trajetória de Lúcia, protagonista do romance, evidencia que uma história de mulheres contada por mulheres instaura a ruptura e a contestação como horizontes éticos e estéticos. Lúcia questiona construções seculares do sistema patriarcal, contrariando o medo e a naturalização dos ciclos de violência vividos por todas nós. Neste sentido, o alcance social da maternidade aparece como ponto de investigação sobre a trajetória das mulheres no mundo. Ser ou não ser mãe é motivo de cobrança social permanente em nossas vidas, exigência reveladora das relações sociais de dominação exercidas pelo patriarcado. No percurso de Lúcia, o direito ao corpo é um direito à vivência da própria subjetividade. Jornalista e moradora da Praia do Cassino, Lúcia é uma mulher da palavra e do mar. Na imensidão das águas, ela encontra uma densidade intimamente sua e profundamente nossa: o que o mar tem de profundo, temos todas nós de coragem para lutar por nossa liberdade no âmbito de um sistema opressor e violento. Em O céu riscado na pele, o destino das mulheres do mar é o voo. A metáfora que dá título ao texto é tão oportuna quanto reveladora: desenhamos a liberdade em nossos corpos, escrevemos a força em cada parte que nos compõe. No romance, a mãe e a avó de Lúcia fornecem espelhos para que possamos ver onde estamos, para onde estamos caminhando e em que medida precisamos avançar. Nenhum voo de mulher é solitário. Voamos juntas. Todo voo de mulher é coletivo, organizado a partir da força integradora de muitas asas. É preciso reconhecer o trabalho daquelas que vieram antes e daquelas que estão ao nosso lado. Uma história de mulheres contada por mulheres estabelece nossas memórias, nossas lutas e nossos sonhos como centros da narrativa e como início do nosso Levante.


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