Você se considera uma pessoa curiosa? Não estou falando sobre a curiosidade de saber o que seu conge tem no celular ou a vida da celebridade do momento. (Isso não é uma crítica, cada um mete seu nariz onde quiser).
Estou falando de outras curiosidades. Por que os caranguejos andam de lado? Por que percebemos o céu azul? Por que as formigas caminham umas atrás das outras e não se perdem? Por que a cor vermelha é, geralmente, indicativo de alerta e a cor verde é passe livre? Sim, são questões que geralmente a gente nunca vai questionar, mas muitas pessoas se dedicaram a respondê-las.
Eu adoro esse tipo de informação, coisas que me sugam para fora dessa minha realidade tão viciada que só tem me mostrado a tela do computador e quatro paredes.
Como professora (de inglês, na maior parte da vida), eu sempre reservo uma aula toda dedicada a curiosidades desse estilo que mencionei. Utilizo essa sequência de imagens contendo um fato curioso (vou deixar a referência dos sites no final do texto). Aí, dependendo do nível de inglês dos alunos, vou destacando o que é mais importante na informação (verbos, adjetivos, expressões idiomáticas), mas, principalmente, exaltando que aquele dado é incrível e que descobrir coisas malucas, fascinantes, impensáveis é um exercício para a vida inteira.
Não são poucas vezes que falo: "gente, olha só que palavra bonita!", "scarf é uma palavra tão chique né?", "flip-flops é tão engraçado!". Sei lá, tenho a esperança de que meus surtos de emoção diante de palavras e expressões possam despertar uma vontade de que eles mesmos saiam em busca da beleza de descobrir as coisas.
Para esse texto, escolhi algumas bizarrices que encontrei por aí e compartilhei com minha galerinha:
O desejo de ficar o dia inteiro na cama é chamado de clinomania;
Cientistas descobriram uma espécie de água viva que vive para sempre. Turritopsis dohrnii é conhecida oficialmente como a única criatura eterna;
Entre 1881 e 1974, era ilegal aparecer em público em Chicago se você fosse feio;
As girafas geralmente dormem cinco minutos de cada vez, totalizando uma média de 30 minutos por dia;
Humanos são os únicos animais que possuem queixo, de acordo com uma pesquisa da Universidade Duke.
(tudo isso eu encontrei na página do 8 Fact no Facebook e traduzi para o português)
O que adiantou saber de tudo isso? Em tese, nada. Apenas coisas malucas, curiosas e/ou interessantes. Ao mesmo tempo, são informações que criam curiosos em potencial. Curiosos por saber a razão pela qual as pessoas “feias” não podiam aparecer em público durante tanto tempo em Chicago. Ou o que permite as girafas necessitarem de apenas 30 minutos de sono.
Descobrir coisas sobre o mundo lá fora, na verdade, é uma contradição. Fazemos parte dessa rede, desse ecossistema. Validamos Darwin, mas não aceitamos que somos animais dentro da cadeia evolutiva e não somos nossa melhor versão finalizada? (E de repente vamos até ser extintos antes de ver qualquer alteração em nosso corpo e mente)?
Saber de qualquer coisa da pele para fora é, de todo modo, conhecer muito da pele para dentro.
Essa foi minha contribuição do dia para essa coluna – que eu tinha quase abandonado. Espero que estejam bem, na medida do possível. Que esse momento seja usado para repensar todas as nossas conexões.
Sites: Mental Floss e 8 fact (eu acesso essas curiosidades através da página do Facebook, pois ali já estão com a imagem tudo bonitinho).
Quer conhecer mais sobre o meu trabalho e ler mais textos?
Suellen Rubira é doutora em Letras – História da Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Ama livros e música e fotos de animaizinhos fofos.
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